Marketing Político Radical em prova de prelo

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Alguns exemplares da prova de prelo do livro “Marketing Político Radical”, de Chico Cavalcante, começaram a circular, inclusive em Brasília, em mãos poderosas como do presidente Lula e dos ministros Dilma Roussef e Luis Dulce. A prova de prelo é uma pré-edição de poucas unidades, destinada a revisão final, mas também se presta a feitura de pré-testes de leitura e divulgação prévia de uma obra que ainda terá uma tiragem industrial. As provas de prelo estão em desuso na maioria das casas publicadoras do mundo, por causa dos custos envolvidos, mas a Labor Editorial, responsável pela publicação da obra do jornalista paraense, decidiu realizar o investimento em um livro que tem cerca de 250 páginas, com capa em policromia em encadernação brochura.

Marketing Pós Eleitoral

marketing-pos-eleitoral-alcindo-vanguardaAlcindo Cavalcante, diretor associado da Vanguarda Propaganda, acaba de retornar de São Paulo onde participou do curso “Marketing Pós Eleitoral”. Alcindo, responsável pela área de planejamento da agência, é jornalista e co-fundador da Vanguarda. No momento, ocupa-se com a estruturação do Instituto Vanguarda, que funcionará a partir de outubro de 2009 no secular casarão da Rua Benjamin Constant, no centro de Belém. Dentre outras atividades de estímulo ao estudo e pesquisa na área de comunicação social, o Instituto Vanguarda ministrará palestras, cursos livres e cursos regulares de design gráfico, edição de TV, jornalismo impresso, marketing comercial, propaganda e contra-propaganda, marketing de guerrilha e marketing político, tanto em sua modalidade convencional quanto do chamado “marketing político radical” – a modalidade de marketing político formulada por Chico Cavalcante e que se aplica a organizações e partidos com perfil anti-hegemônico.

Vanguarda fará programa do PT nacional

Cavalcante com o presidente do PT, em Brasília

Chico Cavalcante, titular Vanguarda Propaganda e da V2/Vanguarda definiu, em reunião com o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, as linhas gerais do próximo programa de TV que o partido levará ao ar no primeiro semestre de 2009. Com a direção do partido confiante diante do crescimento econômico de 5,1% em 2008 enquanto o mundo enfrenta um cenário recessivo, a idéia é seguir a linha afirmativa que Cavalcante cunhou nos programas do ano passado, consagrados com o sucesso da série de comerciais denominada “bandeiras”, onde palavras-de-ordem históricas do Partido dos Trabalhadores eram associadas às ações concretas do governo. “Os programas mostrarão que no passado, diante de uma crise como a asiática, o governo era problema; agora, é solução”, diz Cavalcante. Além do programa da legenda que hoje governa o país, a Vanguarda foi convidada a realizar ainda este ano uma oficina de comunicação e marketing político que envolverá dirigentes da área de comunicação do partido em todos os estados da federação. Os comerciais do PT irão ao ar entre 19 e 26 de maio. A jornalista Vera Paoloni assumirá a produção executiva das peças, que terão direção de criação do próprio Cavalcante.

Flávio Dino prefeito de São Luís

São Luís do Maranhão é uma cidade-irmã de Belém. Na origem, entrelaçam-se elementos de arquitetura, da arte e da cultura, da variedade das influências, dos azulejos coloniais e, é claro, da identidade com a nossa gente. A Vanguarda tem orgulho de estar à frente da campanha da esquerda na capital do Estado do Maranhão. O candidato é Flávio Dino, do PCdoB. Com um invejável currículo de bons serviços prestados ao seu estado, Flávio Dino desponta como a novidade do pleito em São Luís. Secretário da Comissão de Direitos Humanos da OAB, MA, 1991-1993; Juiz Federal, Maranhão e Distrito Federal, 1994-2006; Juiz convocado, Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 2004-2005; Juiz, Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, 1995-1997; Professor, Universidade Federal do Maranhão, desde 1993; Professor, Faculdade de Direito da Universidade de Brasília – Unb, 2002-2006 e deputado Federal com expressiva votação, Flávio Dino conta com o suporte da Vanguarda desde a pré-campanha. Chico Cavalcante assumiu o marketing, Márcio Beltrão a direção de arte de mídia impressa, Jorge Vidal a coordenação de rádio e TV e na coordenação geral dos trabalhos da agência, a jornalista Vera Paoloni e a socióloga Ghyslaine Cunha. A produção de TV será feita pela Fábrika, produtora local com consistente experiência em campanhas.

Mário prefeito de Belém

Dentre as campanhas que estão sendo comandadas pela Vanguarda pelo país afora, uma das primeiras a ter seu material apreciado e aprovado pelo comitê gestor foi a da campanha do professor e ex-deputado Mário Cardoso, que exponho aqui para os nossos leitores.
A ótima foto que ilustra o cartaz principal da campanha é um trabalho de Arlen Keufer, com layout de Phernando Silva e Márcio Beltrão e direção de criação de Chico Cavalcante.

A contrução do voto

Ninguém vence eleição por acaso. A idéia de que uma eleição foi vencida por fatores exotéricos ou pelo “destino” ou simplesmente porque “chegou a hora” é apenas e tão somente mais um daqueles delírios reacionários ou então uma velha, boa e esfarrapada auto-justificativa para a derrota. A construção do voto não permite jogos de azar. Se dá em um caldeirão dialético chamado sociedade, combinando o tempo de campanha, o humor e a percepção do eleitor, as agendas socialmente assimiladas, as plataformas apresentadas, o movimento dos contendores, os elementos de imagem do candidato e do partido e os recursos empregados para alcançar e mobilizar o eleitor. Ganha a eleição quem consegue obter e sustentar o melhor posicionamento.
Assim, o voto é conseqüência de um processo. Este processo se dá à medida que a campanha se deflagra, ou seja, o candidato vai emitindo o seu discurso e o eleitor vai construindo a sua imagem do candidato. Vai comparando a plataforma defendida pelo candidato e as suas aspirações como cidadão.
Esta relação dura o período da campanha eleitoral, portanto, o eleitor vai amadurecendo e alterando seu comportamento e sua percepção durante a campanha, ele vai questionando e se identificando com algumas questões e se incompatibilizando com outras. O processo eleitoral é um período de grande concentração de elementos simbólicos e de discursos conflitantes e isso gera, inicialmente, uma reação de bloqueio cognitivo do eleitor médio, que vai se alterando no decorrer do processo.
No final ele se decidirá pelo candidato e pelo partido que mais compatibilidade apresentar com suas aspirações sociais, ou seja, aquele que se aproximar mais da possibilidade de realizações de seus sonhos para o futuro. O eleitor não escolhe uma pessoa, escolhe um sonho e o caminho para sua realização.
Portanto, indiscutivelmente o candidato deve ouvir o eleitor e na medida do possível compatibilizar o seu discurso com as necessidades e desejos do eleitor. Este ouvir significa manter uma assessoria permanente de pesquisa quantitativa e qualitativa de sua campanha e mais, ter profissionais altamente gabaritados na análise e interpretações desses números e elementos.
Entendendo que marketing político é estratégico e abrangente e marketing eleitoral é tático e situacional, é imprescindível que o candidato saiba que a linguagem de marketing eleitoral é diferente. É necessário criar mecanismos que possibilitem levantamentos de opinião pública, ou seja:
– avaliação de como a sua mensagem está sendo interpretada;
– e qual a percepção que o eleitor tem em relação ao candidato e ao partido.
Alguns especialistas consideram que o partido político é secundário nesse processo, partindo da premissa que “o eleitor vota no candidato”. Não é bem assim. As legendas de grande densidade e representação eleitoral – PT, PMDB, PSDB e DEM – e de larga história política – PTB, PCdoB – têm sim um peso na escolha do eleitor, uma vez que uma parte do eleitorado já está identificado com essas legendas e seus discursos. Os partidos de formação recente e sem grande tradição eleitoral – PSTU, PSOL, PCO – são partidos de nicho, mas ali onde possuem presença atuam positivamente na captura do eleitor e na reprodução de suas plataformas. O partido político funciona, no marketing eleitoral, como funciona a indústria no marketing convencional: ele é o suporte de marca para o produto. Você compraria um carro de uma marca que você nunca ouviu falar? Até compraria, mas consciente de que o suporte da indústria é inexistente, ou seja, comprando o risco. O país fez isso com Fernando Collor de Melo e penso que não fará mais.
É de vital importância para o político saber que a campanha eleitoral trabalha com os espaços emocionais do eleitor, despertando a fé e a esperança legítimas das pessoas. Ou seja, não criamos essas emoções, apenas as despertamos. Se elas já não estiverem dentro das pessoas, não há como implantá-las em tão pouco tempo. A mente humana não é uma tábula rasa. O slogan “a esperança venceu o medo”, de 2002, dava aos eleitores de Lula um sentido para tantos anos de luta e persistência, mas ao mesmo tempo mostrava aos eleitores que não haviam votado em Lula para presidente que sua gestão seria de pacificação, de integração, e que seu programa de governo abraçaria os elementos de esperança que haviam pontuado sua campanha. Mas esses elementos despertados ali já estavam presentes. Posicionamento não é criar novos canais de interação com a mente do público-alvo, mas navegar nos canais pré-existentes.
Portanto, é necessário agrupar as esperanças, os sonhos, em torno de um ideal de vida e de um mundo melhor. Isso pode ser um slogan, uma plataforma, um discurso, mas será, sempre, um eixo sobre o qual girará todo o mecanismo da campanha. Estes desejos e esperanças estão armazenados no interior, no íntimo das pessoas, no que os especialistas em marketing político chamam de refúgio mágico.
É importante salientar que a emoção se constrói a partir do racional para o emocional, tendo por base a verdade e a vida real. Por isso o discurso do candidato – na TV, no rádio, no palanque e na vida – deve ser consistente, moderno, atual e sintonizado com as expectativas do eleitor, mas ao mesmo tempo deve ser sólido, tendo como suporte elementos-base do imaginário coletivo e da vida social. A família, por exemplo, é um deles.
O candidato ou candidata precisa manter um bom relacionamento com os formadores de opinião pública, que no caso do marketing eleitoral é diferente dos formadores de opinião do marketing empresarial, quais sejam: os jornalistas, sim, mas também os barbeiros, os cabeleireiros, jornaleiros, professores, taxistas, lideranças comunitárias, e assim por diante. Formadores de opinião aqui tem um sentido literal: aqueles que, no dia-a-dia, forjam a opinião dos elementos com que interagem.
O fator principal do formador de opinião é a imagem do candidato. Atualmente são quatro os fatores importantes na formação da imagem do candidato, e esses fatores mudam conforme a interferência dos discursos emitidos nos espaços públicos que criam uma cultura circulante e que influenciam os eleitores através dos meios de comunicação de massa, quais sejam:
1. o candidato/candidata ser um homem/mulher simples;
2. o candidato/candidata ser um homem/mulher chave;
3. o candidato/candidata ser um homem paterno/mulher materna;
4. o candidato/candidata ser um homem herói/mulher heroína.
Barak Obama, o candidato democrata favorito na corrida eleitoral dos Estados Unidos, é a síntese presente de uma série de pequenos e grandes acertos de posicionamento e o melhor exemplo de engenharia de voto da atualidade. O resultado, tudo indica, será uma disputa entre o futuro e o passado, em uma das campanhas eleitorais mais mobilizadora que os Estados Unidos já viram acontecer.

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Publicado originalmente em http://www.comunicacaomilitante.blogspot.com

Na estrada…

Chico Cavalcante, diretor de criação da Vanguarda, marcou presença em duas atividades importantes, convidado para falar das experiências que acumulou como marketeer, spin doctor e coordenador de campanhas eleitorais. No dia 24 de abril esteve na Primeira Conferência Nacional de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, convidado pela direção nacional do partido, onde fez a conferência de abertura com o tema “O PT e a mitologia da marca”, demonstrando domínio sobre o fenômeno da transformação de simples marcas em fenômenos culturais através de propaganda não convencional – por meio da exposição e da narrativa da marca – e da construção de estratégias de posicionamento a partir de uma elaboração “de esquerda” sobre a aplicação dos conceitos de marketing moderno à comunicação política e ao marketing partidário. Cerca de 500 pessoas compareceram à abertura do evento, no auditório do Hotel San Marco, em Brasília, entre elas o secretário nacional de comunicação da legenda, Gleber Neime, os diretores da Fundação Perseu Abramo Ricardo Azevedo e Nilmário Miranda e os deputados Maurício Rands e Eduardo Cardoso. No último final de semana, 03 e 04 de maio, Cavalcante esteve em Porto Velho, Rondônia, atendendo ao convite do Diretório Regional do PT local e da senadora Fátima Cleide, falando para cerca de 450 delegados vindos de todo o estado. O tema agora foi “Marketing eleitoral com armas de guerrilha”, com ênfase para os instrumentos de comunicação não convencionais, que barateiam os custos de campanha e criam atalhos para chegar ao eleitor.

Calendário eleitoral 2008

Hoje encerra-se o prazo para que os partidos entreguem a relação de filiados à Justiça Eleitoral. Para concorrer ao pleito municipal de 5 de outubro próximo, o candidato deve estar filiado à sigla partidária um ano antes da eleição. Se você tem interesse no tema, o calendário completo do processo de agora até o dia do pleito pode ser obtido em http://www.comunicacaomilitante.blogspot.com